terça-feira, 19 de março de 2013

Cachoeira do Trilho, 45 km, nível fácil

 Esta é uma base do antigo pontilhão da Ferrovia Oeste de Minas, hoje já não existe mais os trilhos e só restaram a base, as lembranças e muita história e lendas pra contar. Durante um pedal por lugares como esse é bem gostoso tirar um tempo pra bater um dedinho de proza com os moradores locais e ficar um pouco assustado com as mais variadas lendas...
Um lugarzinho no meio nada, um cantinho aconchegante, um café fresquinho e quentinho acompanhado de uma gostosa broa de fuba feita no fogão a lenha, um tempinho pra uma boa proza, pedala por Minas é sempre bom, acompanhado dos amigos melhor ainda.
 Leito da antiga Ferrovia Oeste de Minas, antes esse local tinha os trilhos, a Maria fumaça percorrendo sem presa levando seus tripulantes e passageiros aos mais diversos lugares. O tic-tac,tic-tac se ouvindo ao longe, as crianças correndo ao longe vindas das fazendas e sítios simplesmente para acenar aos maquinistas e passageiros... como deveria se gostoso naquele tempo, no tempo que a Maria Fumaça cortava Minas Gerais a fora...
                                                  
Base de um pequeno pontilhão, construida para dar evasão as águas que vinha das colinas na lateral da ferrovia, hoje só exite essa base, os trilhos foram tirados após a desativasão da ferrovia.
 Uma pequena pausa para descansar no leito da antiga ferrovia, nesse momento meu pensamento faz uma viagem de volta ao passado, tentando imaginar se exatamente onde estou era o lugar onde os trilhos estavam fixados... só tentando imaginar...
 
Pedalando tranquilo, sem presa de chegar ou de voltar, sempre com uma conversa boa para distrair, e a todo momento admirando a bela paisagem a nossa volta, esse rio nos surpreende com belas paisagens a cada curva, vale a pena fazer uma parada para fotografar ou simplesmente contemplar essa maravilha da natureza.
 Ao pedalar pela antiga ferrovia, hoje sem seus trilhos, sem aquela movimentação da Maria Fumaça, nos remete viajar em nossos pensamentos e imaginar como seria a 50 anos atras quando tudo aquilo era só ferrovia, como seria viajar no trenzinho, com a vestimenta tipica da época, um dedinho de prosa com o companheiro ao lado, o balançar confortante da Maria Fumaça e aquele incansável e delicioso tic-tac, tic- tac, tic-tac, uma melodia que nos faz ate suspirar...
 Hoje eu uso minha bicicleta para desbravar um pouco desse trecho dos trilhos, sei que nessa vida  nunca vou sentir como é fazer esses trechos de Maria Fumaça, invejo quem um dia teve o prazer de viajar de trem por aquelas bandas, uma inveja boa, é claro, mas em cima da minha bike tento ao máximo ter essa sensação.
 Vez ou outra paro minha bike e fechos os olhos tentando imaginar que estou dentro de um vagão do nosso trenzinho, vez ou outra até consigo sentir o cheiro inconfudivel da bela composição da Maria Fumaça, consigo até escutar a melodia: tic-tac, tic-tac... mas quando abro os olhos percebo que não passou de um sonho...
Durante o caminho paramos em uma ponte para admirar o encontro de um córrego com o Rio das Mortes e acabamos descobrindo essa bela cachoeira e não teve jeito,  foi uma parada obrigatória para descansar e fotografar, ela é muito linda...
 Como a cachoeira está perto da antiga ferrovia e ninguém sabe seu nome, resolvi batiza-la de Cachoeira dos Trilhos. Nesse momento eu penso que valeu a pena cada giro do pedal e cada esforço para fazer a propulsão da minha bike até chegar nessa maravilha da natureza.

 Como é bom ficar sentado só curtindo o barulho da cachoeira, uma melodia cantada pela natureza, nesse momento esqueço de tudo, esqueço dos problemas e a alma renova e como tudo nessa vida dura pouco, mas o pouco que em nossa imaginação podemos tornar eterno, logo é hora de pegar e encarar a estrada de volta.
Antes de pegar estrada e fazer varias paradas para pegar goiaba fresquinha direto do pé, que coisa boa, não resisti e parei pra fazer essa ultima fotografia, cada detalhe, cada minimo detalhe vale a pena fotografar e assim poder ter essa bela cachoeira em minha casa todos os dias, só a bela canção das águas batendo nas pedras não vou poder levar junto, mas esse detalhe tento recriar em meus pensamentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário